Divulgação
O caso mobilizou uma investigação conjunta, conduzida pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS) da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) e pela Subsecretaria de Estado de Inteligência (SEI), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
O que resultou na prisão de um casal suspeito de integrar uma associação criminosa especializada em extorsão mediante sequestro.
As prisões ocorreram terça-feira (02). Mas só foram divulgadas ontem (04), em entrevista coletiva realizada na sede da Sesp, em Vitória.
A investigação teve início a partir de um crime cometido no dia 24 de novembro de 2023. E identificou que o grupo criminoso – formado por, ao menos, seis integrantes – atraía homens para encontros amorosos falsos e os torturava, extorquindo-os e restringindo a liberdade.
Após este, outros casos chegaram ao conhecimento da DAS, somando mais de 20 pessoas até o momento.
De acordo com as apurações das forças de segurança, os criminosos marcavam encontros por aplicativos de relacionamentos, atraindo as vítimas para residências localizadas em Vila Velha e Serra.
“Uma vez rendidas, as vítimas eram imobilizadas e torturadas para que fornecessem senhas de bancos e realizassem transferências. Os criminosos também entravam em contato com familiares das vítimas ou terceiros próximos, para extorquir mais dinheiro”, explicou o titular da DAS, delegado Alysson Pequeno.
Os criminosos agiam de forma cruel e muito violenta, usando arma de fogo, arma branca, ferro quente e outros objetos para torturar as vítimas. Houve caso, inclusive, em que a vítima precisou ser hospitalizada, devido à gravidade dos ferimentos.
Os detidos são um homem de 25 anos e uma mulher transexual de 24 anos, que tinham funções centrais no grupo criminoso: o homem era quem atraía as vítimas e marcava os encontros, enquanto a mulher imobilizava e torturava as vítimas.
Contra os suspeitos, havia mandados de prisão temporária em aberto. Eles foram capturados no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra.
Além do casal, uma mulher, também acusada de integrar o grupo criminoso, já tinha sido presa em data anterior. O inquérito policial segue. Outros dois integrantes, que estão com mandados de prisão em aberto, são considerados foragidos.
“É importante que as vítimas registrem boletim de ocorrência, para que os casos cheguem ao nosso conhecimento. Existe uma subnotificação deste tipo de crime, seja por constrangimento, por receio da exposição ou por medo de represália. Mas sem o registro, os casos não chegam à Polícia Civil. Já temos suspeitos presos, suspeitos identificados e com mandados de prisão em aberto. E, agora, estamos trabalhando para também identificar as pessoas que receberam esses valores, pois elas também vão responder por esses crimes”, explicou o delegado titular da DAS.
fonte original do Jornal Fato