O Ministério da Saúde divulgou na última terça-feira (20) uma atualização sobre casos de dengue no Brasil. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, o país registrou 688.461 casos prováveis de dengue, com 122 mortes confirmadas pela doença. Em 2024, houve uma explosão no número de casos da dengue em Minas Gerais. De acordo Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até a última quinta-feira (15/2) o estado registrou 62.872 casos de dengue, um aumento de quase 700% frente à mesma época de 2003, quando ocorreram 7.912 notificações positivas. Já o número de mortes pela dengue é 500% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Então é fundamental a população manter um trabalho de prevenção contra a doença, não só nas cidades, mas também nas comunidades e propriedades rurais.
A melhor forma de prevenção da doença é o controle do mosquito transmissor, Aedes aegypti, que também ocorre no meio rural, especialmente em regiões muito próximas às cidades. Embora o raio de voo da fêmea do mosquito raramente ultrapasse os 200 metros em regiões com aglomeração de pessoas, nas áreas sem barreiras pode chegar a um quilômetro. Além disso, os mosquitos são transportados por diversos meios com ajuda involuntária do homem.
Acabar com criadouros
Na natureza, os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver até 400 dias fora d’água. A engenheira ambiental Jane Terezinha Leal, coordenadora estadual de Saneamento Ambiental da Emater-MG, diz que tais características aumentam a necessidade dos proprietários rurais identificarem possíveis criadouros para evitar a proliferação do mosquito.
Jane chama a atenção para alguns pontos principais a serem observados. “Primeiro é em relação ao lixo da propriedade, qualquer resíduo que possa reservar água de chuva ou que armazene água parada, deve ser acondicionado em sacos. O lixo deve ser fechado e colocado num local com tampa, ou seja, nunca deve ficar aberto”, ressalta a coordenadora.
Outra questão é em relação a plantas e jardins da propriedade. Se tiver plantas com vasinhos ou pratinhos deve-se colocar areia ou fazer a limpeza desses pratinhos pelo menos uma vez por semana. “A limpeza desses recipientes deve ser feita utilizando bucha, sabão e um pouco de água sanitária”, explica a engenheira.
Jane destaca ainda que é importante verificar as calhas e lajes das casas, porque a água pode ficar acumulada nesses locais. “É bom fazer uma vistoria e retirar qualquer folha ou objetos que impeçam a saída de água. As caixas d’água também precisam ser mantidas sempre fechadas, mesmo uma abertura pequena é o suficiente para o mosquito entrar e deixar os ovos”, alerta.
Cloro ajuda a evitar larvas
No meio rural é comum as pessoas utilizarem tonéis, bombonas ou outros recipientes para armazenar água. “Se for possível fazer a limpeza desses depósitos semanalmente, ótimo. Já se não for possível, é preciso mantê-los fechados. As cisternas também devem ser fechadas. E toda a água para consumo humano deve ser clorada para evitar contaminações”, salienta a coordenadora. O bebedouro dos animais é mais um local que precisa de vistoria frequente.
Outra preocupação que o produtor deve ter é com o destino do esgoto doméstico rural. “Infelizmente ainda hoje mais de 70% das propriedades rurais têm uma fossa rudimentar ou há ainda aqueles que lançam o esgoto direto em córregos e no solo”, lamenta a coordenadora técnica estadual de Saneamento Ambiental da Emater-MG, Jane Terezinha Leal.
Segundo a coordenadora da Emater-MG, essa água suja que fica escorrendo atrai vetores de doenças como mosquito, pernilongos e ratos, pondo em risco a saúde das pessoas. “A destinação inadequada desse esgoto é uma fonte de contaminação da água e do solo, ou seja, os danos sociais e ambientais são enormes”, salienta a engenheira ambiental.
Jane Terezinha recomenda como solução a implantação de tecnologias de saneamento ambiental de baixo custo como a fossa de evapotranspiração (Tevap). Quem se interessar em como fazer um Tanque de Evapotranspiração vai encontrar todas as informações numa cartilha da Emater-MG. O material está disponível para download gratuito no site da empresa, na parte “Livraria Virtual”.
O ciclo de reprodução do Aedes pode variar de 5 a 10 dias, passando pela fase larvária até chegar à forma adulta. Febre, dores nas articulações, erupções ou irritação na pele são alguns dos sintomas mais comuns da dengue, zika e chikungunya. Em caso de agravamento dos sintomas, é preciso procurar atendimento médico.
Fonte: Emater MG
fonte original do Montanhas Capixabas