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Mimoso do Sul tenta recomeçar

 Ronaldo Santos

Situação de calamidade, ruas tomadas por lama e entulho, reflexos da grave inundação que assolou a cidade no fim de semana.   

Em meio ao cenário desesperador, porém, despontam a solidariedade, a empatia. 

E, inclusive, a emocionante mobilização de quem, mesmo perdendo quase tudo do pouco que tinha, não se recusa a amparar o próximo. 

O que devolve a esperança, que gera força para o necessário recomeço. A comunidade se une para limpar, reconstruir… se ajudar mutuamente.

Este é o panorama encontrado pela reportagem do ES de FATO nesta segunda-feira (25) em Mimoso do Sul.

As lembranças da recente tragédia, contudo, permanecem nítidas. “Parecia um tsunami, de tão rápido que o rio subiu”, recorda a professora aposentada Helcy Monteiro. 

Ela que tem 82 anos de idade e residiu por quase meio século na rua Nilton Prado nunca tinha visto a água chegar perto de sua moradia, situada na parte alta do bairro Vila da Penha. Desta vez, atingiu quase meio metro em sua íngreme rua.  

Dona Helcy já presenciou outras grandes enchentes, mas nunca uma dessa magnitude. Ela revela estar traumatizada. “Ouvir os gritos de socorro e não poder fazer nada é terrível”, diz, ao relatar o resgate, na noite de sexta-feira (22), de um casal de vizinhos da rua de baixo, que margeia o rio. 

“Arrancaram telhas, colocaram a cabeça para fora do telhado e a água continuava subindo. Os barcos não conseguiam chegar muito perto por causa dos fios de alta tensão do poste (a quase dez metros de altura). Eles foram salvos pelo casal que mora na casa ao lado.  Com a ajuda dos filhos, conseguiram puxá-los para uma laje mais alta. O marido socorrido ainda estava com a perna engessada”.  

Nascida e criada em Mimoso, Helcy agora vai viver em Guarapari, levada pela filha, que já mora no balneário.        

Solidariedade

O fato de Cláudia Kelly Souza, de 45 anos, ter se mudado para a Rua Nilton Prado, há dois anos, justamente para fugir das enchentes onde residia, na Rua da Pratinha, permitiu que ela atuasse como o “anjo da guarda” de uma idosa octogenária acamada e sua filha. 

Com água no peito, extraiu forças para, na sexta-feira à noite, retirar a senhora de sua residência às margens do rio, subir o morro e abrigá-la na própria casa, na qual, apesar de bem mais segura, a água ainda alcançaria cerca de trinta centímetros na copa e cozinha.  

“A filha tomou remédio para dormir e não viu a água começando a entrar. Demorei, mas consegui abrir a porta, alertei a filha e resgatei a idosa. Se não fizesse isso, ia morrer todo mundo”.   

A residência da octogenária acamada fica na Rua Izídio Cesário, um dos pontos mais afetados da cidade. Onde também mora o caminhoneiro Josiel Alves Lopes, de 33 anos. A água, segundo ele, atingiu a marca de 7,5 metros de altura em sua casa. 

Apesar de ter perdido todos os móveis e eletrodomésticos, além de ficar desabrigado com a esposa e duas crianças, Josiel estava ajudando os vizinhos na limpeza dos imóveis, carregando galões de água, pacotes de marmita e descarregando caminhões com mantimentos. 

Com a família sã e salva, acolhida por parentes em Cachoeiro de Itapemirim, ele não se deixa abalar, até que, enfim, possa voltar para o lar nas próximas semanas. 

Do município de Castelo, Francisco Alano da Cruz também ajudava a limpar casas nesta segunda-feira.

Ele integrava uma equipe com 46 voluntários que desempenhava a importante missão. “A situação é lamentável, temos o objetivo de ajudar o povo de Mimoso do Sul”, declarou.      

Amparo 

Nas imediações, mas situada no trecho mais elevado do bairro, está funcionando um dos principais centros de distribuição de água e alimentos para as vítimas da enchente. Trata-se da escola Monsenhor Elias Tomasi. 

E muitos desabrigados são alojados na escola Antonio Acha, no bairro Santa Terezinha.   

fonte original do Jornal Fato

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