Domingos Martins comemora mais um ano de criação nesta quarta-feira (12), dia que é feriado municipal. Uma programação especial será preparada a partir de 8h30, na praça Domingos José Martins, carinhosamente conhecida como Praça da Biquinha, na sede, onde serão realizadas as homenagens póstumas ao herói capixaba Domingos José Martins, que dá nome à cidade.
Na ocasião, também será assinado o Decreto Estadual que transfere simbolicamente a Capital do Estado para a sede do município. Representando o governador Renato Casagrande, estará presente na solenidade a secretária de Governo, Maria Manuela Alves Pedroso. O evento terá sequência com apresentações da Banda da EMEF Eugênio Pinto Sant’Anna e dos alunos de taekwondo do Projeto Campeões de Futuro.
O vice-prefeito de Domingos Martins, Fábio Anselmo Trarbach, o Fabinho, disse que é um orgulho comemora mais uma vez a história do mártir capixaba que deu nome ao município. “É uma honra que a capital do Estado seja transferida simbolicamente para Domingos Martins nesta data tão especial. É um momento marcante para o município, com a presença de autoridades políticas e da população”, afirmou.
HERÓI CAPIXABA – Domingos José Martins nasceu no sítio Caxangá, local que hoje é parte do município de Marataízes. Filho de Joaquim José Martins e Joana Luíza de Santa Clara Martins, Domingos iniciou seus estudos em Vitória, posteriormente se formando em Portugal.
A vida profissional de Domingos José Martins começa em Londres, pra onde viajou após se formar, como empregado na firma portuguesa Dourado Dias & Carvalho, chegando a condição de sócio desta firma. Ainda em Londres, Domingos entrou para a maçonaria e fez grandes amizades nos círculos liberais britânicos, adotando muitos dos valores da filosofia liberal e do iluminismo.
Ao voltar para o Brasil em 1813, Domingos Martins fixou residência em Pernambuco, onde pretendia abrir uma filial de sua empresa e onde se apaixonou por Maria Teodora da Costa.
Recife, capital pernambucana, do início do século XIX era uma das cidades mais populosas do Brasil, sua elite intelectualmente era a mais preparada do Brasil, formada pelo Seminário de Olinda. Além disso, sua população era orgulhosa, não baixava a cabeça para os estrangeiros desde os tempos da invasão holandesa. A população mais carente odiava os portugueses pelos altos impostos, o recrutamento forçado e o alto custo dos alimentos. Naquela Recife, Domingos viu uma população que ansiava pelas ideias libertárias.
Aos poucos o capixaba se tornou uma liderança local, fundou a loja maçônica “Pernambuco do Ocidente” e, como comerciante, ajudava quem pedia, promovia muitas festas no sobrado que alugou em Recife. Em paralelo, Domingos e seus companheiros planejavam a revolução.
Em 06 de março de 1817 a revolução foi realizada, os pernambucanos proclamaram uma república e Domingos José Martins foi nomeado um dos cinco governadores provisórios. A república pernambucana nasceu com forte sentimento nacionalista, mas durou pouco mais de dois meses.
Em junho de 1817, a república de Pernambuco foi derrotada e, em 12 de junho do mesmo ano, Domingos Martins foi fuzilado no Campo da Pólvora. As últimas palavras de Domingos Martins foram: “morro pela liber…”, interrompidas por seus fuziladores, que negaram-lhe a própria liberdade de se expressar.
Por seus feitos, Domingos é lembrado como homem dono de grande capacidade de resolução, ambicioso, educado, observador e inteligente. Sua visão de Pernambuco era a de um capítulo glorioso do iluminismo e do libertarianismo na América Latina.
Hoje, Domingos José Martins é o Patrono da Polícia Civil do Espírito Santo (o coral da Polícia Civil leva seu nome), do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e é lembrado como um dos precursores da Independência do Brasil. Vitória possui uma loja maçônica que carrega seu nome e, em 1921, o município de Santa Isabel foi renomeado para “Domingos Martins” para homenageá-lo.
Fonte: PMDM
fonte original do Montanhas Capixabas