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Na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, os conselheiros tutelares eleitos em outubro do ano passado, para o quadriênio 2024/2028 (confira abaixo a composição), tomaram posse na manhã de hoje (10).
Mas, três dos dez candidatos mais votados foram desclassificados: Nazareth Silveira, por motivo de aposentadoria por invalidez declarada pelo INSS; Romário Manzoli, acusado de irregularidades na campanha; Diego Benevides de Araújo, substituído em razão de processo que corre em segredo judicial. E, portanto, não puderam assumir o posto. Os suplentes Edivaldo Luiz, Gutemberg Santos da Fraga e Eliana Carvalho Longo foram nomeados.
Cassado, o psicólogo Romário Manzoli, que exerceria o 3º mandato, acusa a comissão eleitoral criada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Consemca) de perseguição política e alega que não lhe foi dado o direito de defesa. O que é refutado pela presidente do Conselho, Ana Paola Mariano Viana.
Romário publicou uma nota em suas redes sociais na qual rebate a denúncia acatada pela comissão eleitoral do Consemca, feita pelo cidadão Angelo Menecucci, que o acusa de fazer uso de poder político, argumentando que, desrespeitando o regulamento, o candidato recebeu apoio de dois vereadores de sua área de atuação no Conselho Tutelar, os bairros Zumbi e Alto Eucalipto. Um deles teria transportado eleitores, e o outro, gravado um vídeo pedindo votos.
“Ocorre que não solicitei a nenhum dos vereadores qualquer apoio, mesmo porque tenho mantido a mesma margem de votos desde 2015”, contesta Romário, que pretende recorrer da decisão. Ele obteve 346 votos na primeira eleição; 339 em 2019; e, agora, 355 votos.
Presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cachoeiro, Ana Paola Mariano Viana declara que a comissão eleitoral agiu com transparência e integridade. “Buscamos de todo jeito avaliar da forma mais justa possível. A comissão foi muito íntegra em todas as análises, de forma alguma agiu para prejudicar algum candidato. Foi unânime a decisão, foi encaminhado ao Ministério Público, o juiz indeferiu o pedido da defesa”, enumera.
Quanto à alegação de Romário sobre prazo insuficiente para se defender, Ana Paola argumenta que a comissão trabalhou com afinco para dar celeridade ao processo, para que ele apresentasse a defesa na reunião do Consemca, conforme requerido, mas o “advogado não compareceu justificando que não houve tempo”.
Ana Paola diz que, embora respeite o trabalho de Romário Manzoli, “recebemos uma denúncia muito embasada, com provas, não podíamos virar as costas, precisamos seguir o que está presente no edital”.
O que dizem os vereadores:
Acusados de apoiar indevidamente o conselheiro tutelar cassado Romário Manzoli, os vereadores Diogo Lube (PP) e Osmar Francisco (Republicanos) se manifestaram à reportagem do ES de FATO.
“É com muita indignação que eu recebo essa informação, eu declarei meu voto como cidadão. E, portanto, me senti extremamente desrespeitado enquanto cidadão. Independente de ser vereador, sou cidadão, acima de tudo. Eu e mais de 300 votos fomos jogados fora, por conta de uma decisão arbitrária. O que nos faz pensar, inclusive, que possa ter sido uma decisão política e não de justiça. Como professor, educador, vejo a importância de um conselheiro super capacitado como ele”, declara Diego Lube.
Já Osmar Francisco afirma: “não é motivo para cassação, não estava de serviço, não estava trabalhando como vereador. Estou no meu carro, dou carona para quem eu quiser, mas ele não me pediu. Em hora nenhuma, ele me pediu para levar”.
Eis a composição do Conselho Tutelar de Cachoeiro de Itapemirim, para o quadriênio 2024/2028:
Regional I
Tiago de Oliveira Ribeiro
Williana Silva Miranda
Lilian Debona Machado Corrêa
Luiz Sérgio Silva do Amparo
Edivaldo Luiz
Regional II
Elizabeth de Oliveira Davel Rodrigues
Eliana Carvalho Longo
Jessé Pereira Martins
Lucia Helena Oliveira de Farias
Gutemberg Santos da Fraga
fonte original do Jornal Fato