Desde 2019, Florentina Fernandes, 73 anos, lutava contra sequelas impostas por complicações neurológicas. E mais recentemente sua situação se deteriorou com o diagnóstico de hidrocefalia, que a privou da fala e da mobilidade. No entanto, uma intervenção neurocirúrgica, realizada no final de abril no Hospital Estadual Central – Dr. Benício Tavares Pereira (HEC), em Vitória, tem sido um marco na reconquista de sua qualidade de vida.
Quésia Parude, filha da paciente, testemunhou a progressão das sequelas antes da cirurgia. “Os desafios começaram pequenos, mas se agravaram após sucessivos Acidentes Vasculares Cerebrais. Com a hidrocefalia, minha mãe perdeu a capacidade de falar e andar, tornando-se totalmente dependente”, compartilhou.
A filha destacou que a emoção tomou conta dela ao reencontrar sua mãe, após a cirurgia, recuperando aos poucos a capacidade de conversar e mexer as pernas.
“O maior impacto que eu tive foi quando ela estava na UTI. Fui fazer a visita e ela falou comigo, ali eu chorei e ri ao mesmo tempo, porque ela falou com tanta alegria e já tinha tanto tempo que eu não a ouvia falar”, disse. A filha contou também que às vezes via vídeos antigos para matar a saudade da voz da mãe.
A paciente definiu sua nova experiência de vida como “maravilhosa” e está cheia de entusiasmo ao falar sobre seus planos futuros. “Agora, meu desejo é viajar”, revelou, ansiosa por uma oportunidade de voar de avião pela primeira vez.
O procedimento
A paciente Florentina Fernandes foi submetida a um procedimento para implantação de um sistema de derivação ventrículo-peritoneal (DVP). O neurocirurgião Leandro Assis, que conduziu a operação, esclareceu que o método DVP envolve a colocação de um cateter que redireciona o excesso de líquido cefalorraquidiano para a cavidade peritoneal, onde pode ser absorvido.
“Esse procedimento é um passo significativo para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida”, explicou o médico.
Para o neurocirurgião, o caso da dona Florentina exemplifica a importância de uma abordagem neurocirúrgica precisa e personalizada no tratamento da hidrocefalia em pacientes idosos. “A recuperação impressionante de Florentina ilustra a capacidade de restauração funcional, mesmo após um longo período de déficits neurológicos. Este caso reforça o imperativo de vigilância clínica contínua e a possibilidade real de reverter sintomas graves, destacando o papel essencial da neurocirurgia na devolução da autonomia e dignidade aos pacientes”, concluiu.
Fonte e foto: SESA
fonte original do Montanhas Capixabas